O dia em que Nietzsche me xingou.

Eu provavelmente nunca vou entender o que se passou na cabeça de Nietzsche. Perdoe-me o bom conhecedor, afinal eu sei quase nada sobre ele, mas tenho algumas poucas opiniões superficiais. Na verdade eu acho que estou sendo até  meio presunçosa ao criticar um autor cujas obras nem me dignei a ler ainda. Minha experiência com Nietzsche se resume a uma única página, recomendada por um ateu devotado, o qual, creio eu, não tinha a mínima intenção de ofender. Talvez de converter, afinal de contas, eu nunca vi ninguém tão disposto a converter as pessoas quanto um ateu. E eles falam que protestantes são chatos! Essa página pertence ao "O anticristo", e se intitula "Lei contra o cristianismo". Eu não vou transcrever nenhuma parte do que diz, muito menos estou aqui para dizer que ele estava certo ou errado. E talvez nem precise dizer que discordo, uma vez que afirmar que essa página me xingou diz algo sobre mim. Mas a sensação que tive foi muito interessante. É como se tivesse sido escrito especificamente para mim! E me afetou de sobremaneira que eu senti as lágrimas se formando. Na hora eu tive que sair da sala porque o "ateu devotado" teria, no mínimo, algo a dizer a respeito. Ele não podia ver. E eu não podia acreditar! Como pode ser tão diretamente para mim? Eu sou tão obviamente cristã que se encaixa com tanta perfeição?
Provavelmente, não é? Daí suponho que o motivo para ele ter escrito isso seja um dos dois que criei em minha cabeça: o rancor pelas críticas diretas concernentes ao estilo de vida que ele escolheu ter [ou gostaria de ter tido, não sei...] vindos tanto dos cristão que ele ataca ou da bíblia que norteia os mesmos cristãos, e portanto ele decidiu criticar também diretamente. Ou, algo bem mais simples, mas não menos provável [ou talvez completamente improvável], que é o ataque aos cristão filósofos que ele menciona na tal lei, contemporaneos seus. Ou talvez não seja nada disso e eu esteja completamente enganada falando um monte de besteira! [E isso não é muito difícil]
Eu sei isso nunca me aconteceu antes. E apesar do ineditismo do fenômeno, não me fez criar aversão pela obra. Muito pelo contrário, agora eu quero lê-la mais que nunca.
Alguém uma vez disse que para criticar deve-se conhecer. E eu concordo.

Enfim...

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