os melhores dias de todos os tempos

Meus dia tem sido ótimos, sabe.
Eu passo o dia inteiro dentro de casa. Sem fazer nada.
Eu não consigo procurar emprego.
Eu não consigo estudar qualquer que seja o assunto, nem que seja pra ocupar a mente.
E tem horas que eu fico, bom... horas olhando pra minha casa pensando em nada.
É completamente bizarro. Como se eu tivesse minha caixinha vazia.
Fico frustrada com o fato de não querer trabalhar com nada que eu encontre na Catho...e eu estou pagando pra isso.
Eu não né. Enfim...
Num dia, um me diz uma coisa, tipo "vá, faça. qualquer coisa, mas faça". No outro eu escuto outra pessoa dizendo "não, isso você não pode fazer porque vai fazer mal a você. relaxa... tira esses dias pra cuidar de você." E ai eu não sei o que fazer. Eu tenho tanta insegurança e não quero decepcionar as pessoas, que eu acho que prefiro decepcionar pela minha completa incapacidade de fazer as coisas do que fazendo. Não tem lógica nenhuma. Quer dizer, eu nem tenho certeza de que é isso mesmo que eu penso, porque se eu falo tem gente pra me dizer que eu deveria parar de sentir pena de mim mesma e fazer alguma coisa. Então, eu nem sei se eu penso o que eu penso. 
A sensação que eu tenho é que eu perdi totalmente minha autonomia. Eu não gosto de nada em particular pra dedicar muito tempo. Eu não consigo mais ler nada. Faz tempo que não leio um livro com vontade, tipo de ficar a noite acordada e me ferrar no outro dia pra acordar. Mas, hey, no dia seguinte eu posso acordar qualquer hora do dia, já que eu não faço nada da minha vida.
E aí eu me sinto culpada quando eu gasto dinheiro com qualquer coisa. A felicidade de comprar uma coisa legal passa tão rápido que, em geral eu nem compro mais.
Tem dias que são piores. Eu fico muito triste com minha inutilidade. Penso um monte de besteiras...às vezes em me matar. Mas ai eu penso que não vai resolver nada. Então desisto.
E ai, num dia bem ruim, eu solto alguma frustração no facebook e o vaticano já é contactado pela minha mãe para fazer alguma intervenção. Nem que seja comprar uma passagem pra eu voltar pra Recife.
Ou, quando eu não tô afim de conversar no telefone, meu namorado me diz: "De novo isso?"
Poxa. Como eu me sinto 'muito melhor' com essas reações. hauhauha
Geralmente eu brigo com algum dos dois. Ou com os dois. 
Na verdade é bem mais que isso. Mas é isso toda semana. E aí eu me pergunto: por quê?
Eu realmente queria que intervissem mesmo, tipo, com uma clínica. Me internar. Sei lá.
Ou me dar drogas pra eu me sentir melhor. Tipo admirável mundo novo.
Enfim, cada dia que passa eu sinto que tudo o que eu aprendi até hoje está ficando mais velho, empoeirado e esquecido. Então mesmo que eu tenha passado 300 anos fazendo algo da minha vida...faz tanto tempo que eu não faço nada que eu já to esquecendo. Então eu me sinto como se chegasse a estaca zero de novo. Menos que ensino médio. 
Chego a começar a pensar na sequência de decisões erradas que cometi pra chegar aqui, mas desisto também.
E aí chego a esse momento: minha mãe infarta se eu conversar com ela, meu namorado tem gastrite e não aguenta mais a minha conversa depressiva, e se eu já faço isso com as pessoas que mais amo, avalie o que eu posso fazer com quem eu não amo tanto, então eu fico na minha e respondo: "Tudo bem! e contigo?"
Eu sinto que não encaixo em canto nenhum. Não quero voltar pra recife, não quero ficar em são paulo, mas não tenho pra onde ir. Não posso fazer alguma viagem muito "comer, rezar e amar", porque né... ridículo. Mas se eu fiquei do jeito que tô vindo pra sampa conhecendo um monte de gente, penso como ficaria sem conhecer ninguém. 
Antes eu tinha uma espécie de orgulho por ser de um lugar diferente, de ter um sotaque diferente. Hoje eu, normalmente, deixo de falar pra não expor minha 'estrangeirísse'. 
Não há lugar em que me sinta a vontade. Não vejo propósito em sair na rua, principalmente agora que tá ficando frio. 
Não quero ir pra igreja. Nunca mais. Minha igreja é um ovo e eu me sinto observada o tempo todo. Eu não relaxo um segundo. Eles não tem culpa de nada, é só viagem da minha cabeça. Mas pensa que eu consigo disfarçar? Talvez me faria bem não me sentir super tensa todo domingo. Queria ser invisível aos humanos nos domingos. Ser vista apenas por Deus. Mas eu vou, né. Fazer o quê?
E aí, beleza...escrevi isso tudo e não posso publicar. 
Se minha mãe ver, infarta. Se meu namorado ler, tem gastrite e me diz: "Isso de novo?"
To cansada. 
E agora, mais um dia termina, pra deixar outro dia inútil começar. 
Pelo menos eu escutei música boa hoje.

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