eu agradeço a Deus.

Com essa música aqui:



Essa semana foi grande...
Muitas revoltas. Mas de todas elas, eu acho que a maior foi por causa desse congresso absurdo. E por causa de uma pessoa absurdamente intolerante. Então eu fiz isso:

Depois disso, eu fiz um texto. Enorme. Cheio de referências e lógica. Cheio de uma tentativa de fazer ciência. Depois de corrigido, eu perdi a vontade de postar. Fiz num momento de raiva e revolta. Não tem muito a ver com o que tem escrito ali em cima. O texto está salvo, mas vou esperar um pouco mais.

Ontem eu apresentei um trabalho falando sobre o Laboratório de Humanidades da UFRPE . Sobre um experimento que fizemos na disciplina de Bioética e Bem-estar animal. Três foram as avaliadoras que vieram ver meu painel. A primeira chegou com aquela cara "que diabos? amham...vai demorar...". A cara dela foi nitidamente mudando no decorrer da explicação, no final, ela já se voltava para mim e concordava e falava o quão interessante era aquela maneira de ensinar, aprender, ver, questionar... A segunda, apática chegou, apática se foi. Depois fiquei sabendo que ela uma professora muito jovem que, segundo alguns, era meio, digamos, gretada. A terceira chegou bem tarde, meio esbaforida, meio conversadora, conhecia minha orientadora a anos, bem animada. Ela se mostrou prática e atenta, mas nada me mostrou um especial interesse da parte dela pelo trabalho. Depois que comecei a explicar, que ela se situou no assunto, ela começou a falar um pouco sobre como coincidentemente ela tinha feito uma interrogação [como ouvi alguém dizer essa semana] a si mesma. Se perguntar se ela não deveria parar, pensar, ir mais devagar. Falou que era muito acelerada, que estava doida fazendo projeto, indo dormir 2 da manhã e acordando 5. No meio da minha apresentação me atrevi a citar a bíblia. Quando de repente percebo que ela começou a chorar. Lavou o rosto com lágrimas e continuou a desabafar sobre como corria, corria, corria, e se perguntou: O que é que eu estou fazendo na minha vida? O material acaba e o espiritual fica. Falei: "Tudo é fugaz. Tudo é vaidade."

Então ela falou que tinha achado muito bonito o gesto de algumas pessoas ao agradecerem a Deus. Viu algumas outras pessoas com o mesmo adesivo na camisa e falou que ficou admirada enquanto apontava para o que estava na minha blusa. Eu não ia falar que tinha sido iniciativa minha, mas minha orientadora falou. Dei alguns adesivos a ela e ela falou: "gostaria de ir nesse Laboratório de Humanidades, acho que todos precisamos disso." Minha orientadora me falou que ela é uma grande pesquisadora da universidade.

Segundos antes eu me criticava intimamente: "eu poderia ter feito mais. Poderia ter feito mais barulho com isso. Deveria ter impresso mais adesivos". De fato, eu poderia. Talvez até deveria ter feito. Mas eu tive certeza de que minha autocritica era nada diante da repercussão que teve, não em 50 nem 100, mas em uma pessoa.

Meus finais moralistas de contos de fadas me dão nos nervos, as vezes.
tpm.

Comentários

brunasilveira disse…
as vezes nem vemos a repercussão, mas ela aconteceu. vc pelo menos viu uma, e, (me atrevendo a citar a bíblia)... 'Uma alma vale mais do que o mundo todo.'

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